Estima-se que em 2020 teremos em nossa população em torno de 30 milhões de pessoas com mais de 65 anos. Este estudo é baseado no crescimento do número de idosos na população mundial.
Esse aumento no número de idosos trás consigo a necessidade de pesquisas e investimentos mais concretos no que se diz respeito a oferecer melhor qualidade de vida á essas pessoas.
Quando o assunto é envelhecimento ,consideramos “normal” a perda auditiva, os problemas de visão, falta de coordenação motora, esquecimento, raciocínio mais lento, enfraquecimento dos ossos, etc.
Conforme envelhecemos , o nosso corpo passa por várias transformações e também envelhece conosco, as células e os neurônios vão morrendo e o organismo não tem a mesma capacidade de regeneração do que um indivíduo mais jovem. Sendo assim, todo o funcionamento do organismo é mais lento. Lembrando que: mais lento, não quer dizer sem função.
Hoje em dia, com a tecnologia que encontramos no mundo da medicina,existem várias formas de compensar esse déficit que o idoso possa apresentar com a idade, de uma forma que traga cada vez mais qualidade de vida.
Entre as várias queixas comuns aos idosos temos a PRESBIACUSIA, considerada uma degeneração coclear, iniciando pela base da cóclea.Ocasionando perda da sensibilidade auditiva,atingindo a compreensão e a audibilidade dos sons que chegam na orelha interna, ocorre nas duas orelhas do paciente e pode trazer consigo o zumbido, que muitas vezes pode incomodar mais do que a própria perda auditiva.
A Prebiacusia acomete em torno de 30% da população com mais de 60 anos, atingindo mais o sexo masculino.
Muitos demoram a perceber que não estão ouvindo bem, principalmente por que a perda auditiva inicia atingindo as freqüências altas (sons agudos) e as freqüências responsáveis pelos sons da fala podem ficar dentro dos padrões de normalidade inicialmente.
Nem sempre a queixa do indivíduo é compatível com a avaliação audiológica, isto é, ele pode estar com uma audição normal quantativamente falando e sua queixa ser de não ouvir,não entender o que as pessoas falam.As queixas mais comuns relacionada a audição nos idosos são:
“Eu ouço bem,mas não entendo o que é dito”.
“Tem gente que fala muito baixo ou muito enrolado comigo aí eu não entendo nada”
“ Se tem mais de uma pessoa falando é difícil entender, se tem barulho então, nem se fala...”
Pensando nisso há estudos na área que avaliam se a queda na audição e no processamento auditivo tem alguma relação com a queda da cognição,como acontece em alguns idosos (nem todos).Sendo assim, na avaliação audiológica, além do audiometria e impedanciometria ou outros exames solicitados...é importante o Fonoaudiólogo(a) analisar o paciente como um todo, isto é, seu nível de compreeensão durante os comandos do exame, seu comportamento e sua percepção em relação a perda auditriva, anotando tudo como uma informação importante para o especialista que encaminhou este paciente.
Esses dados serão de extrema importância para o acompanhamento desta perda auditiva.
A intervenção precoce faz muita diferença para o paciente, já que a Presbiacusia não tem cura,mas tem controle. Pensando na plasticidade cerebral , isto é, na regeneração do nosso organismo...mesmo que em idosos ela ainda é possível, sendo assim, logo que confirmado o diagnóstico existem aparelhos auditivos que irão valorizar todo resíduo auditivo ( oque esse paciente ainda tem de audição), trazendo assim mais qualidade para a sua audição e, pricipalmente, evitando que a sua audição piore rapidamente (tanto na qualidade, quanto na quantidade do som) e também pode ajudar na percepção do zumbido...(diminuindo ou até deixando-o imperceptível).
Além do uso do aparelho auditivo, também é indicado (dependendo do caso) a terapia de treinamento auditivo (para ajudar esse paciente a voltar a ouvir e voltar a interpretar os sons que está ouvindo).Já que muitas vezes a perda auditiva é detectada tardiamente e aquelas frequencias que ele já não ouvia á um certo tempo têm uma "recuperação" mais lenta, mesmo sendo amplificada pelo aparelho auditivo.
No entanto, mesmo a tecnologia e a medicina trazendo todas as possibilidades possíveis para suprir qualquer déficit nesta área ainda vemos algo como:
Porque cuidar se não tem cura?
Porque gastar com o Aparelho Auditivo se a perda auditiva pode ser progressiva?
Já estou velho, vou morrer logo...não preciso me preocupar com isso agora
É pensando assim que,muitas vezes, é presbiacusia é deixada de lado, porém, não é só a audição do paciente que está sendo deixada de lado mas também a sua independência, sua rotina diária, sua alegria, suas conversar com o netinho, com a família em geral, seu programa de TV favorito, suas músicas preferidas etc...
Logo,com o passar do tempo, o idoso vai deixando de lado tudo que gosta de fazer devido ao problema auditivo, não pode sair sozinho, não consegue entender a TV, não consegue brincar com o netinho, as reuniões em família ficaram sem graça porque ele virou motivo de piadas e naturalmente ele vai se isolando e assim pode vir a depressão e outras doenças associadas. Sendo o organismo mais frágil, a falta de qualidade de vida pode causar baixa resistência e assim problemas de saúde que podem levá-lo até a morte se não tratados com atenção.
Como é bom dedicarmos a saúde do idoso e ter essa atenção voltada aos aspectos fonoaudiológicos. A Audição se faz muito importante pois com essa função intacta, há possibilidade de detectar os sinais sonoros que fazem parte da AVD´s, comunicar; ouvir e ser ouvido. Estar atento ás alteraçoes auditivas do idoso nós torna aptos a também torná-los reinseridos na sociedade por meio de adaptação de prótese auditiva ou mesmo por meio de comunicação alternativa.
ResponderExcluirGostei do Post.
fga Cynthia Miranda
Com certeza Cynthia...não podemos permitir que a sociedade considere "normal" a perda auditiva no idoso, devemos sim dar condições para que sua qualidade de vida seja cada vez melhor, que ele possa participar do convívio com a familia, das conversas com os amigos, dos seus programas de Tv favoritos...isso é possível sim, independente da idade.
ResponderExcluirObrigada pela participação!